domingo, 21 de julho de 2013

Daddy’s Roommate, de Michael Willhoite


"Uma aula sobre amor, humanidade e consciência"



                     Daddy's Rommate foi publicado originalmente em 1991. O livro infantil (destinado às crianças entre 2 a 5 anos) aborda a questão da homossexualidade e gerou muita polêmica. Fui descobri-lo apenas agora, em 2013, no Brasil, em alemão, através do Ronaldo - que muito gentilmente fez a tradução do alemão para o português. 
            Abaixo compartilharei as imagens com a tradução para o português, com frases curtas embaixo das ilustrações é um livro bastante acessível e muito elucidativo. O pequeno narrador inicia a história com o divórcio de seus pais e prossegue com a chegada de um novo hóspede na casa: outro homem, assim apresenta a rotina do pai com o novo namorado. É interessante e bonito perceber que o livro apresenta a relação homossexual de forma positiva;  o casal faz o que todo casal heterossexual faz: cuidam do filho, demonstram carinho, realizam as tarefas da casa e eventualmente discutem. Excelente leitura!



No último ano papai e mamãe se separaram. / Agora um outro alguém se mudou para a casa do papai.





Papai e seu namorado Frank moram juntos. / Eles trabalham juntos.


comem juntos, / dormem juntos,



fazem a barba juntos / e de vez em quando brigam também.


mas a cada vez concordam novamente. / O Frank também gosta de mim.


Ele me conta piadas e mistérios, exatamente como o papai. / Ele apanha insetos para mim, para a aula de Ciências.



Lê para mim, / prepara gostosos pães com geléia.


E me conforta quando tenho pesadelos. / Nos finais de semana


nós fazemos juntos coisas legais e diferentes. / Nós vamos a estádios,


vamos ao Zoológico, / à praia.


Trabalhamos no jardim / e tocamos música à noite


Mamãe diz que o papai e o Frank são gays. / No começo eu não entendi, por isso ela me explicou.


Ser gay é apenas uma outra forma de amar. / E o amor é a melhor maneira de ser feliz.


Papai e o namorado dele são felizes juntos, / e assim eu sou feliz também.

 


sábado, 6 de julho de 2013

A ponte de Van Gogh



O lugar não importa: pode ser o Japão, a Holanda, a campina inglesa. 

Mas é absolutamente preciso que seja domingo.


O azul do céu ecoa na esmeralda do rio

E o rio reflete docemente as margens de relva verde-laranja

Dir-se-ia que da mansão da esquerda voou o lençol virginal de miss

Para ser no céu sem mancha a única nuvem.

A calma é velha, de uma velhice sem pátina

As cores são simples, ingênuas

A estação é feliz: o guarda da ponte chegou a pintar

De listas vermelhas o teto de sua casinhola.

E, meu Deus, se não fossem esses diabinhos de pinheiros a fazer caretas

E a pressa com que o homem da charrete vai:

- A pressa de quem atravessou um vago perigo

Tudo estivesse perfeito, e não me viesse esse medo tolo de a pequena ponte levadiça

Desabe e se molhe o vestido preto de Cristina Georgina Rosseti

Que vai de umbrela especialmente para ouvir a prédica do novo pastor da vila.


(Vinicius de Moraes)