quarta-feira, 31 de julho de 2019

É como se a gente não soubesse pra que lado foi a vida...


Tem sido muito difícil e doloroso. Têm dias em que não consigo sair da cama nem mesmo no terceiro toque do despertador.
Tudo ficou mais cinzento, foi perdendo cor, foi esvaindo entre os dedos.

A depressão da minha mãe nos pegou de surpresa. Ela que sempre foi a nossa fortaleza, a pessoa que impulsiona tudo e a todos, de repente, não tem forças pra nada. De repente precisamos cavar um poço de paciência. 

Me vejo sem chão tendo que cuidar de mim, dar suporte pro meu pai, pro meu irmão. Choro. Eu choro muito. A lágrima me ajuda a aliviar o aperto no peito que cada dia tem um nó mais apertado. 

Tem dias em que não sei o que fazer. Nestes dias, escrevo. 

segunda-feira, 29 de julho de 2019

Saindo do casulo

Faz pouco tempo que comecei a fazer terapia. Tudo começou depois da minha mãe apresentar um quadro de depressão pós menopausa muito muito severo. Ficamos assustados. Todo mundo esmoreceu e eu me vi uma pessoa sem paciência. Na verdade, me deparei com meus próprios defeitos, com a minha insegurança, com o meu apego ao domínio das coisas, com a minha mania de guardar os sentimentos mais profundos e o medo de falar sobre as emoções.

Entrei em desespero e não conseguia falar sobre nada do que acontecia. Nem comigo e nem com a minha mãe. Fui ao médico e ele me encaminhou pra psicóloga. Ela é terapeuta comportamental. Eu gosto, pois não me sinto em um monólogo. Na primeira consulta ela fazia a coleta de dados pra traçar meu histórico e eu ia descobrindo quantas questões preciso responder a mim mesma. Minha cabeça precisa de reflexões. O meu corpo precisa de mais amor. Eu preciso de mais ouvidos. Também preciso de mais voz.

Tudo ainda parece muito difícil. Tudo parece me desafiar. Sou a lagarta que precisa virar borboleta. Às vezes já me sinto borboleta, mas sem saber voar. Por quê tudo é tão difícil?