Houve o dia em que eu e meu melhor amigo nos separamos. Foi como uma mudança de casa.
Esse seria um tema bem banal, no geral. Talvez menos banal se eu dissesse que meu melhor amigo esteve ao meu lado por quase uma década, mas ainda comum. Acontece que ele morava em mim, mas não era só minha fortaleza.
Meu melhor amigo mudou de casa porque já não estávamos mais sendo melhores amigos assim, juntos, e aí não fazia tanto sentido estarmos assim – na mesma casa. E como sempre nos chamamos "companheiros", precisamos da mudança pra seguir assim, e não precisar falar de "ex", esse termo esquisito. E companheiros seguimos, porque inclusive temos uma missão conjunta chamada Amizade, "aquele amor que nunca morre".
"Ah, é, poxa, vocês se separaram!". Bom, quem conhece eu e/ou ele sabe que não somos muito afeitos a fazer algo apenas por medo de mudar, nem apego ao conhecido. E lidamos esse tempo todo com essa nova constituição de nossas moradas que nos lembra que a “separação” em conjunto (?!) e companheirismo é muito mais importante que qualquer contexto ou conceito. Então, pois é, Amizade agora tem duas casas.
"Nossa, que evoluídos e desconstruídos!". Não, não é bem assim - teve momentos bem menos tranquilos e serenos nisso tudo. Mas a serenidade chega, e a verdade é que nossos motivos, explicações, limitações, incapacidades (mais minhas, sempre) não importam aqui - são nossos e só.
Aqui, o desejo é só o de nesse momento espalhar o amor e companheirismo que sempre estarão conosco (senão a vida faz bem pouco sentido), e também passar a informação que sempre que encontro alguém e surgem aqueles comentários do tipo "e ele, como vai?” eu fico feliz e digo:
Vamos bem. Aliás, obrigada por perguntar.
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