R era um menino muito comunicativo, cheio se humor, sensível e muito especial. Dias antes eu havia dado uma entrevista para um jornal da Globo e então ele disse: - "eu te vi na televisão. Tira uma foto comigo porque você ficou famosa."
Eu sorri e tiramos uma selfie, selfie que depois viria compor a sua ficha e a representação de sua residência no mapa atrás da minha mesa na AHPAS.
Nós conversávamos muito. Ele era um menino inteligente e curioso.
Ainda lembro de um dia em que conversávamos e ele parou a frase na metade pra dizer: "nossa, como você é linda". Sua mãe o repreendeu. Disse: "menino, não fala assim". E ele disse: "mãe, eu não menti". Aquilo virou piada e rimos a beça com as "cantadas" daquele menino.
Ainda lembro de um dia em que conversávamos e ele parou a frase na metade pra dizer: "nossa, como você é linda". Sua mãe o repreendeu. Disse: "menino, não fala assim". E ele disse: "mãe, eu não menti". Aquilo virou piada e rimos a beça com as "cantadas" daquele menino.
Infelizmente hoje não poderemos mais rir juntos. Ele se foi. Com ele também foi um humor incrível, um filho amoroso, um garoto que sabia dizer o que sente, o que precisa, na hora exata: imediatamente. Quando a vontade surge.
Ontem quando estive no hospital para uma visita já não pudemos falar. Seus olhos não abriam mais, seu corpo já estava inerte. Conversei com sua mãe. Dei apoio, dei ouvido, falei dos limites e da sua isenção de culpa. Afinal, como suportar a dor de perder um filho e a culpa? Ela esgotou o seu limite. Fez o que pôde e o que não podia fazer. Era sua única extensão. Agora ela é metade.
E eu, lembrança e saudade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário