Passei o dia com um nó na garganta. Minha mãe chorando e eu tentando engolir o meu. Fomos nas Clínicas, sem nenhum sucesso. Fomos ao pronto socorro mais uma vez, nada adiantou.
Pedi perdão a ela por não conseguir ser mais forte. Contei a ela que preciso encontrá-la em algum lugar.
É triste, mas desejei que os dias todos fossem úteis e eu não tivesse tempo pra passar por momentos como os de ontem.
Pela manhã o meu pai dizia ao telefone “você vem mesmo?! Hoje a barra está muito pesada”. Eu fui. Quis que ela sentisse minhas mãos acariciando seus cabelos e meus muitos beijinhos em sua bochecha.
Quando estávamos nos despedindo, depois de algumas horas angustiantes, meu pai disse: “filha, somos todos tijolos. Não importa se você está na ponta, no meio ou no final, todos são importantes na sustentação. Fica tranquila”
Abracei o meu pai me desculpando por não ter a mesma força que ele. Em meio às lágrimas também havia muito amor.
Durante a noite acordei muitas vezes. Dormi muito mal e desejei tanto que um milagre acontecesse. Fiquei sonhando acordada com os momentos que poderíamos estar vivendo se minha mãe tão sensível, amorosa e alegre tivesse com a gente de novo.
Sinto sua falta.
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