sábado, 25 de julho de 2020

Cada vez mais eu entendo o desejo de morte de algumas pessoas. A dor é tão grande que a gente só deseja sumir, deseja morrer, deseja desaparecer ou virar pó. 

Hoje foi mais um daqueles dias péssimos. Horríveis. Minha mãe voltou aquele estágio de catatonia e quase não fala mais comigo. 
Passam das 22h e meu pai fez uma ligação de vídeo. Ela não quer falar. Não quer abrir os olhos. Não quer se mexer. Seu braço direito está quebrado. Saí de lá há poucas horas. Por que isso? 

Meu corpo dói. Minha cabeça parece que vai explodir. Eu não tenho mais vontade de estar aqui. Já faz mais de um ano. Esse pesadelo não tem fim. 

As pessoas são hipócritas. Elas dizem se importar, dizem estar ali, mas, no fundo, tudo é discurso. Estamos sozinhos nisso tudo. 

Não tenho vontade de ver minha família. Não tenho vontade de conversar. Não tenho vontade de nada, a não ser sair desse inferno que a vida se tornou depois da depressão da minha mãe. Só desejaria estar trancada num buraco fechada em mim mesma. 

Nenhum sorriso agora é puro ou feliz. Às vezes dá tristeza por ter estado feliz. Afinal, como ficar feliz em meio a isso tudo? Como conseguir pensar em ser feliz quando a nossa felicidade foi adormecida, quando toda a doçura virou amargura, quando todo o amor parece ter se tornado indiferente.

A depressão maltrata. Ela transborda da pessoa depressiva e começa a minar todas as forças, inclusive dos arredores. 

Onde é que foi parar a minha mãe? A minha mãe de verdade não era assim. Ela jamais entregaria os pontos como fez esta. E eu? Onde eu me perdi? Será que ainda consigo me encontrar?

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