“O paraíso pode estar bem
ali, no meio do inferno - basta querer vê-lo”
Primeiramente,
digo que não sou uma pessoa muitíssimo antenada em filmes – não por falta de
interesse, mas por falta de acesso (em alguns casos) e falta de tempo também. Mas
nos últimos tempos assisti alguns filmes
e confesso que estou me tornando fã dos filmes iranianos. "A Cor do
Paraíso" (1999), de Majid Majidi é o filme da vez!
A
película ganhou alguns prêmios em Festivais (Gijón, San Diego, Giffoni) e acho
que merecia ganhar muito mais. É impressionante como um cinema tão vitimado
pela censura, pela perseguição, pelas restrições políticas e religiosas
consegue fazer filmes tão bons, tão humanos, tão doces e, ao mesmo tempo, atrozes
– mostrando o lado “cruel” (e real) de tantas pessoas.
O
filme narra uma história demasiadamente tocante (e genialmente bem
representada, em particular pelo protagonista). Mohammad é um menino que vive
numa escola para deficientes visuais, em Teerã. No período de férias todas as
crianças voltam para os seus lares, mas no caso de Mohammad há um problema. O
seu pai – homem sofrido e magoado - não quer saber dele, mas como não tem
saída, acaba levando o menino para a região montanhosa onde vive com sua mãe e duas filhas - irmãs de Mohammad.
O menino é apaixonado pelo lugar – inclusive porque lá ele pode ficar perto de sua avó,
uma senhora doce e forte que o compreende em todos os sentidos. O pai sempre muito
distante pensa em levá-lo para ser aprendiz de um marceneiro que também é cego.
Sem pensar que o menino pode levar uma vida mais digna e feliz perto de sua
família, o pai se mostra egoísta e faz sua escolha.
A avó
de Mohammad fica inconformada com a situação, o ambiente se torna triste e
pálido. O pai percebe que sua vida se transformara num verdadeiro caos e decide
buscar o garoto. No caminho de volta – na travessia de uma ponte que se quebra –
o menino se desequilibra e cai dentro de um rio de forte correnteza. Por alguns
instantes Hashem fica pensativo, mas nesse instante o seu lado humano fala mais
alto, e ele pula atrás do filho na tentativa de salvá-lo. Ambos acabam um uma
praia e quando o pai em desespero pega o filho inerte no colo, a ação do filme
se encerra para que possamos refletir e interpretar com extrema poesia e
delicadeza o final desse belíssimo filme.
Assistam!
Garimpando as preciosidades da Sétima Arte, hein! Muito bom!
ResponderExcluirSua sinopse (bela narrativa por sinal) me inspirou a assistir ao filme. Gostei muito do tratamento dado as personagens, a parabenizo Thaysa. Fico agora em grande inquietude até assisti-lo!