domingo, 28 de outubro de 2012

A Cor do Paraíso


O paraíso pode estar bem ali, no meio do inferno - basta querer vê-lo

Primeiramente, digo que não sou uma pessoa muitíssimo antenada em filmes – não por falta de interesse, mas por falta de acesso (em alguns casos) e falta de tempo também. Mas nos últimos tempos  assisti alguns filmes e confesso que estou me tornando fã dos filmes iranianos. "A Cor do Paraíso" (1999), de Majid Majidi é o filme da vez! 
A película ganhou alguns prêmios em Festivais (Gijón, San Diego, Giffoni) e acho que merecia ganhar muito mais. É impressionante como um cinema tão vitimado pela censura, pela perseguição, pelas restrições políticas e religiosas consegue fazer filmes tão bons, tão humanos, tão doces e, ao mesmo tempo, atrozes – mostrando o lado “cruel” (e real) de tantas pessoas. 
O filme narra uma história demasiadamente tocante (e genialmente bem representada, em particular pelo protagonista). Mohammad é um menino que vive numa escola para deficientes visuais, em Teerã. No período de férias todas as crianças voltam para os seus lares, mas no caso de Mohammad há um problema. O seu pai – homem sofrido e magoado - não quer saber dele, mas como não tem saída, acaba levando o menino para a região montanhosa onde vive com sua mãe e duas filhas - irmãs de Mohammad.
O menino é apaixonado pelo lugar – inclusive porque lá ele pode ficar perto de sua avó, uma senhora doce e forte que o compreende em todos os sentidos. O pai sempre muito distante pensa em levá-lo para ser aprendiz de um marceneiro que também é cego. Sem pensar que o menino pode levar uma vida mais digna e feliz perto de sua família, o pai se mostra egoísta e faz sua escolha. 
A avó de Mohammad fica inconformada com a situação, o ambiente se torna triste e pálido. O pai percebe que sua vida se transformara num verdadeiro caos e decide buscar o garoto. No caminho de volta – na travessia de uma ponte que se quebra – o menino se desequilibra e cai dentro de um rio de forte correnteza. Por alguns instantes Hashem fica pensativo, mas nesse instante o seu lado humano fala mais alto, e ele pula atrás do filho na tentativa de salvá-lo. Ambos acabam um uma praia e quando o pai em desespero pega o filho inerte no colo, a ação do filme se encerra para que possamos refletir e interpretar com extrema poesia e delicadeza o final desse belíssimo filme.
Assistam!

Um comentário:

  1. Garimpando as preciosidades da Sétima Arte, hein! Muito bom!
    Sua sinopse (bela narrativa por sinal) me inspirou a assistir ao filme. Gostei muito do tratamento dado as personagens, a parabenizo Thaysa. Fico agora em grande inquietude até assisti-lo!

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